Professor catedrático, em Pré-História e Arqueologia, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, José d’Encarnação é personagem com quem tive a grata honra de cruzar caminhos em diversos momentos da minha vida.
Dele tive conhecimento da publicação recente de mais uma obra – uma outra a acrescentar à sua já extensa bibliografia -, desta feita Retalhos, com edição da Casa da Cultura António Bentes, de São Brás de Alportel, terra de seu nascimento. Nestes Retalhos colige o autor cem pequenas crónicas que veio publicando, regularmente, no mensário VilAdentro, desde Março de 2003 e até data recente.
E, encurtando razões, porque haveria eu de sugerir tal obra? Ora, tão-só pelo mimo que sempre advém de quem, sabendo do que fala, tempera o saber (os seus saberes, melhor diria) com uma pródiga memória e um imenso braçado de afectos, que alia a uma saborosa escrita, lavrando-nos testemunho de uma identidade cultural que tanto se teima em desperdiçar, abastardar, quando não liminarmente destruir.
É assim. Andam por aí uns resistentes… Não serão muitos, mas espera-se que sejam os bastantes na preservação de um património tão nosso mas que todos os dias é assaltado pela cabotinice mais ou menos deliberada dos «nossos» órgãos de comunicação dita social.
Leiam, leiam. Trata-se, afinal, de documentar uma realidade que ainda nos está ao alcance do braço e para a qual urge reinventar golpe de asa que lhe traga novo alento e cariz apelativo para os nossos dias. E por isso se recomenda esta leitura pois que, sem se conhecer, sabe-se pouco ou nada.
O nosso património imaterial, vastíssimo, tem coisas destas: passa a vida a materializar-se! Bem haja, caro Professor José d’Encarnação.
Fico-lhe muito grato, meu caro Jorge! Vamos resistindo, vamos dando a conhecer, vamos teimando em alimentar as nossas raízes, quando, em derredor, a homogeneidade parece palavra-mote. Os poetas resistem; escrevinhadores, como eu, na modesta imprensa local e regional, também. Um forte abraço e que ânimo lhe não falta para levar a bom termo as lutas em que tão denodadamente se empenha (em que andamos empenhados, ousaria dizer…).
Solidário e reconhecido, aqui fica o meu abraço, caro Professor.
abraço, meu caro Jorge…
pelo fruto se conhece a árvore, não é?
o comentário abre o "apetite" para a obra.