Grão a grão, que é como quem diz sessão a sessão, temos vindo a encher o papinho dos afectos, das cumplicidades, ao abrigo de quanto a partilha, desinteressada mas empenhada, nos proporciona.
E foi assim que, perante uma sala absolutamente cheia, no que concerne aos lugares disponíveis e aos amigos presentes, decorreu a nossa 99ª sessão das Noites com Poemas. E torna-se tanto mais gratificante esta intensa presença, quanto é certo situar-se este excelente espaço em local tão mal servido de transportes e tão distante de circuitos habituais para eventos deste carácter.   

Na abertura, conforme anunciado, o Grupo Coral ViVa Voz, constituído por antigos alunos do Liceu de Oeiras e alguns amigos e sob orientação do maestro Eduardo Martins, brindou-nos com uma mão-cheia de cânticos, excelentemente interpretados, sob o tema  Celebrando A Vida e a Paz, que culminou com o Acordai, de José Gomes Ferreira e Fernando Lopes Graça, de encher até aos bordos o ânimo dos presentes.

Permita-se-me o apontamento de curiosidade por ter topado com velhos amigos de outras andanças e, agora, integrados neste Grupo Coral, com tanto ânimo como qualidade. 

O maestro Eduardo Martins anunciando as motivações do programa proposto…

… e, apesar do tempo ser já de férias, contámos com uma generosa participação do Grupo Coral ViVa Voz… com quem queremos voltar a contar na 100ª sessão, que decorrerá em 20 de Setembro próximo.

Logo depois, o anúncio do que nos esperava, ainda, noite fora…

… cabendo à Fernanda Frazão a segunda abertura deste enredo,  falando sobre e percorrendo os caminhos que a sua (nossa) editora Apenas Livros tem vindo a calcorrear, em corolário lógico e complemento consequente desta miríade de percursos, cheios de vozes…   

… e tão feitos por nós, cidadãos, portugueses, aqui e agora, a par e passo, no cultivo da arte do encontro e através da palavra escrita e dita, modo e forma de afirmação e prazer pela Vida… 

… com a determinação possível e a coragem necessária.

Quase como símbolo vivo do que acabo de dizer – e que, porventura, os não-presentes acharão exagero de ocasião – o Eduardo Martins, este não maestro, como o seu homónimo do Grupo Coral, mas arquitecto, e, agora, vestido de poeta e de escritor, fez o anúncio do seu livro Poemas Por Temas Apenas, todo ele inspirado nas vivências que os três últimos anos, «enredado» nestes enleios, lhe têm vindo a proporcionar… 

e que constituíram, a par do tempero que uma vida cheia lhe confere e permite, uma fonte de inspiração com a qual não estava a contar, mas que se tem revelado – para ele como para nós – manancial fecundo. 

Melhor ficamos, entretanto, com o seu poema dedicatório e apologético… como sempre, inspirado nestas minudências de que a vida se faz, para quem dela gosta.

Depois, coube-me anunciar aquilo que já me parecia óbvio para todos, tentando sistematizar, pela minha visão, os percursos do autor, assumindo também descaradamente alguma presunção ao pretender desvendar, junto dos presentes, os estados de alma que terão presidido a tanto e tão empenhado labor.   

Tarefa esta facilitada, bem entendido, pois estava ali, à mão, mas já semeado e colhido, o fruto desse labor, bastando para tanto emprestar-lhe voz, com um muito bom acolhimento da plateia. 

Também Mário Piçarra lançou mãos de idêntica tarefa, ainda que com o acréscimo de «meter» música no recheio e envolvência das palavras do Eduardo, em composição de que faremos questão de escutar réplicas em múltiplas circunstâncias. 

Um breve intervalo a permitir aos presentes o acesso à obra do autor…

… a que logo se seguiram, em tropel, os autógrafos… antes que a sessão reiniciasse. 

Ei-los, os objectos de interesse que referi…

… acompanhados por uma ínfima representação dos mais recentes trabalhos publicados pela Apenas Livros e também disponíveis na sessão

Após esta breve interrupção, foi feita a ronda habitual por quem anunciou vontade de participar, trazendo poemas à solta, para o salão da Biblioteca Municipal de Cascais, de São Domingos de Rana.

Abertura iniciada por Ana Patacho que nos trouxe, em versão reduzida, o seu Oeiras Verde, em programação evocativa dos 40 anos do 25 de Abril.  

 Da esquerda para a direita: Teresa Rosa, Orlando Branquinho e Ana Patacho

Logo mais, três destacados elementos do grupo que nos acompanha, de Coruche, numa manifestação a que nem sei se atribua mais relevo à amizade, à cumplicidade, ao empenho, sendo talvez mais adequado juntar todos esses componentes:  
Alzira Carrilho

Rosário Freitas

Ana Freitas

E outros mais, que, como diria o Luís Vaz, se vão da lei da morte libertando:

Carlos Pedro (CáPê)

Francisco José Lampreia

Miguel Partidário

Emília Azevedo

Fique, ainda, o registo de um poema de João Baptista Coelho, de que me foi dada incumbência de dizer, por necessidade do autor se ausentar mais cedo por imperativos pessoais. 

E porque o autor não se queixava, ainda, da «tendinite do lançamento», voltou à liça, completando circuitos iniciados durante o intervalo…
E assim fomos, como diria o José Fanha: lindos!

– Fotografias da autoria de Lourdes Calmeiro e José Serrado Freitas