Jorge Nuno Silva, o maior especialista português em jogos, trouxe-nos, pela mão de Fernanda Frazão e da Apenas Livros, a sua recente obra O Livro de Jogos de Afonso X, edição em português, do primeiro livro europeu de regras de
xadrez,datado do séc. XIII. Salvo erro, terá sido, mesmo, a apresentação inaugural da obra! 

Numa belíssima noite de Lua Cheia e desafiando possíveis cálculos de probabilidades, um acidente de trânsito bloqueou quase completamente o acesso à Biblioteca. Ainda assim, muitos resistentes conseguiram dar o salto por cima do bloqueio e marcar presença em confortável número. 

Feitas as apresentações e anúncios de eventos futuros, a palavra foi dada a Fernanda Frazão…

… que misturou, sabiamente, as vertentes da amizade, da carreira académica e de cumplicidades várias em projectos comuns, ao discorrer sobre o nosso convidado. 

Este, personagem afável, segura, companheira, parecendo-me até algo surpreendido e agradavelmente pela presença do livro que não esperaria tão prontamente concluído, levou-nos em passeio pelas artes múltiplas do xadrez, bem documentadas neste livro, que surge como um transporte no tempo, trazendo aos nossos dias e em linguagem por todos perceptível, a génese e evolução do jogo que atravessou os séculos, sempre apelativo, desafiante e actual.       

 O que nos disse e ensinou? Pois, um pouco daquele mundo que um livro sempre encerra e que se abre para nós ao passeá-lo página a página. É entrar, senhorias…

Chegada a hora da matemagia, Jorge Nuno Silva brindou-nos com alguns daqueles truques com cartas de jogar, cuja explicação é sempre elementar para um matemático mas que não deixa de conservar uma aura de mistério e de inexplicável ao comum dos mortais… Sim, sim, esse mesmo, ali ao lado do Matemágico,  a fazer um ar de inteligência muito para lá do seu verdadeiro entendimento da coisa…

 … e, como é patente, nem havia nada na manga… aliás, nem havia manga!

Com grande pena nossa, Jorge Nuno Silva encontrava-se empenhado noutras responsabilidades, o que o levou mais cedo da nossa sessão, havendo, no entanto, ainda um tempo dedicado a autógrafos e dois dedos de conversa, apontando a projectos futuros. 

Depois e como costume e matriz destas nossas sessões – onde apenas se lamentou, desta feita, a ausência do convidado para receber o devido tributo dos participantes – decorreu a sessão de poemas avulsos, trazidos pela mão dos mais afoitos e empenhados.

 – Carlos Pedro

 – Eduardo Martins

 – David Zink

 – João Baptista Coelho

 – Francisco José Lampreia

– Luís Perdigão

 – Ana Freitas

 – Mário Baleizão

– Jorge Castro

E assim foi concluída a 89ª sessão das Noites com Poemas. Uma nova época começa, novos desafios se nos deparam. E pela Poesia é que vamos!
– Fotografias de Lourdes Calmeiro