Do que se fala aqui é tão simplesmente dessa coisa prosaica e, no entanto, tão transcendente, que é a nobre arte do convívio. 
Alimentada por uma bela comezaina, regada com uma boa vinhaça, temperada de risos e despautérios, estabelecendo enlaces que perdurarão mais ou menos, mas que são, esses sim, novas janelas de oportunidades pelos caminhos dos afectos, buscando muito mais o que una, mesmo que ocasionalmente, do que aquilo que irremediavelmente nos afaste, sem proveito, sem gozo, sem juízo.  
Aos dois de Junho e por Coimbra, no Joaquim dos Leitões, fomos grandes e fomos belos, digo-vos eu, todo vaidoso desta condição de ser humano.
Com crise e com troika e por maus Passos dados e os mais a dar, determinados tão-só por esse ilustre peito lusitano, que mesmo inexplicavelmente tem sempre em si a capacidade de dar novos mundos ao mundo, por ali nos encontrámos. Para alguns uma estreia, outros velhos conhecidos…   
… dando de si cada um o que pôde ou tinha mais à mão, apenas pela alegria do momento, o desvario apetecido, a partilha sem preconceito – pelo menos que se desse por eles… 
Do que por lá se passou, não deixo relato. A sessão era aberta, foi anunciada e lá foi quem quis ou pôde. E a graça está em vivê-la. Qualquer descrição a empobreceria. Lá está: melhor experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não pôde experimentá-lo

Da Tuna Meliches aos poemas circunstanciais, das rábulas presidencialícias… 

… às deslumbrantes cenas cardinalícias…

… Tanto riso, ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão…

No final, as últimas bençãos…

… e, cá fora, o Bazófias, condescendente, continuava a correr para o mar, como se nada fosse, mesmo sob o olhar atento e curioso de Torga… 

– Fotografias de Lídia Castro, Lourdes Calmeiro e Jorge Castro