mesmo à entrada da barra
no rio que vai ao mar
sem âncora nem amarra
vai a gaivota a voar
cruza os céus que o Bugio
lá de longe vê passar
preso ao fundo deste rio
com ânsias de navegar  
mas a gaivota-vontade
não corre céus ao calhar
vai em busca da cidade
de guarida ao seu pousar
e entre aquele encalhado
e esta no seu penar
não há inveja ou pecado
há só rio – há só mar

– fotografia e poema de Jorge Castro