Como sempre e sempre diferente de cada sessão que a antecedeu, como sempre têm decorrido estes nossos encontros entrelaçadas em poemas e poetas, na inquietação da busca de um mundo novo, apesar do cerco insidioso do mundo que temos. 
O nosso convidado, o poeta Joaquim Pessoa, sugerira que a sua participação evoluísse em forma de conversa casual e informal…. 

…  tendo como interlocutores os elementos da assistência que, apesar dos avisos cataclísmicos intimidatórios, se afoitaram, noite adentro, a ouvir e sentir outras vozes, outros falares. Um modo outro de viver…   

… algures entre o amor e o combate, como nos foi anunciando o nosso convidado.

O que me sugere o seu poema, respigado de Ano Comum, Dia 202:
Havia um sonho. Havia uma
esperança. Havia. Havia.
Mas o sonho também cansa
e a esperança está vazia.

Havia um sonho e uma esperança
Pois havia.

De seguida, a conversa evoluiu, como parte determinante e identitária também das Noites com Poemas, para a exposição e partilha das diversas identidades e sensibilidades em forma e modo de poemas, ditos de viva voz e coração aberto, onde se cruzam primeiros passos com vivências prolongadas nesta coisa estranha e misteriosa de casar palavras sempre na tentativa – melhor ou pior conseguida, mas sempre tentando… – de encontrar o outro… ou até – quem sabe? – esse local indizível onde se esconde a tal esperança arredia que o poeta refere.   

Afinal, uma exposição de temperamentos que temperamentalmente se manifestaram… 

O espaço dedicado à troca de impressões, de contactos, que anunciam novos eventos, e a recordação colhida do convidado da noite, em forma de autógrafo. 

E assim cumprimos, uma vez mais, a arte do encontro. 

– fotografias de Lourdes Calmeiro