Da saga sobre a personagem que foi Fernão Mendes Pinto, aproximada ao século XXI, com o rigor de investigação cada vez maior que as novas tecnologias proporcionam, mas a que não é nada alheio o empenho e o rigor de quem investiga, eis o desafio proposto para esta sessão das Noites com Poemas, com Deana Barroqueiro e a sua obra mais recente:
O Corsário dos Sete Mares – Fernão Mendes Pinto.
Munida de extraordinária panóplia recolhida nos lugares por onde terá andado este nosso aventureiro, que acompanha e ilustra, de algum modo, o rico fio narrativo da autora…
… pouco resta ao apresentador do que remeter-se ao singelo ofício de fazer apenas o que lhe compete: apresentar, se possível, com o engenho e a arte de desencadear um sorriso.
Foi dada a palavra à editora, Marta Ramires, da Casa das Letras, que arrostou com este imenso projecto, navegando através da maré de exigência da autora e que bem me pareceu ter chegado ao bom porto da satisfação de todas as partes envolvidas.
Depois, a palavra à autora, Deana Barroqueiro, singrando mar afora, com artes de chamar ventos de feição, em curso pleno na chamada velocidade de cruzeiro, com a obra concluída, apontando já outros horizontes temporais…
Excelente comunicadora, une a fluência do seu claro discurso, não apenas aos saberes partilhados com o auditório…
… como a uma natural e constante empatia com todos aqueles que a ouvem…
… que ficam conscientemente cientes – se me permitem a sobrecarga palratória – de que, se perdem pitada, são eles que saem a perder.
Uma sala muito confortavelmente preenchida – aquele único lugar temporariamente vazio é o da nossa senhora das imagens -, mesmo em vésperas de Natal e anúncios de fim do mundo, faz-me sempre sentir que pela poesia é que vamos…
Logo mais, entrando na «segunda volta» da sessão, cumpriu-nos «pagar» à autora, dir-se-ia, com língua de palmo e em forma de poesia, como sempre ocorre nestas nossas sessões.
– Francisco José Lampreia
– Maria Maya
– Carlos Pedro
– Eduardo Martins
– Ana Freitas
– Emília Azevedo
– Rosário Freitas
– Sofia Barros
– Tina
– Virgílio Ramos…
… que cantou, encantando e proporcionando, até, um pezinho de dança, que logo há quem se afoite.
E tudo regadinho a Porto e Moscatel de Setúbal, houve bolo-rei e broas doces e, até do Corsário dos Sete Mares recebemos uns belíssimos borrachões da Iria Pereira e umas broas de mel à Pêro da Covilhã, pois Natal é quando a boa gente quiser…
Pois é… e bem foi. Melhor é sempre experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não pôde experimentá-lo, como diria, a propósito, o Luís Vaz.
– Fotografias de Lourdes Calmeiro