Uma persistente, incómoda e inabitual indisposição impediu-me, muito lamentavelmente, de me associar fisicamente às homenagens a Miguel Portas.
Aqui fica, então, um frágil apontamento que se pretende, ainda assim, apenas ser o testemunho solidário de um cidadão.
Miguel, um exemplo supremo de ser humano. Um exemplo a ter em conta, indubitavelmente. Uma referência diversa e sublinhada num panorama de figuras políticas sem graça e sem nexo.
Um daqueles homens que nos fazem sentir que a Vida vale a pena ser vivida e que nos lega a responsabilidade, não de o imitar, mas antes de erguer o estandarte por momentos caído e que nos cumpre erguer de novo e prosseguir na estrada larga da defesa das causas e da prossecução do objectivo de uma Humanidade mais justa, mais solidária, mais esclarecida, mais digna para todos.
Um Homem, enfim. E já lhe sentimos a falta.
Perdeu-se
alguém
do lado de cá,
o lado certo da vida
(e a falta que ele faz)
Como escreveu o Charlie no blog «Persuacção», "Deixo um abraço a ele, amigo Miguel. A gente encontra-se um dia destes, é a fatalidade do destino: a vida é a tal aventura maravilhosa que acaba sempre mal, mas depois de dobrado o cabo entra-se no infinito. Até lá…"
Na esfera da política poucas vezes temos admiração por um protagonista – por este tinha profunda admiração – imagino o sofrimento dos familiares, pois ainda tenho presente o que passei em 2009 e 2010 com a perda dos meus irmãos Nica e António – passei no sábado à porta do Palácio Galveias (Lisboa) onde muitos portugueses esperavam em fila para prestarem homenagem ao Miguel Portas, e recordei nesse mesmo local idêntica cerimónia referente ao falecido António Feio – Morrer na casa dos 50 é mais uma prova do planeta perigoso que habitamos – Este Portas faz falta a Portugal ! –
Carlos Peres Feio –