a mulher
que coisa doce
que parte macia trouxe
o mistério do universo
e como querem que a deixe
neste espaço sem espaço
na pobreza de algum verso?

das roliças
das magrinhas
das altas
das pequeninas
cada uma tem seu quê
umas e outras mais belas
cintilantes quais estrelas
ao olhar de quem as vê

já nos trazia um poeta
a mulher amante
amiga
a mãe que nos aconchega
a irmã que nos abriga
mas há outras mulheres mais
a que nos mói a cabeça
a que nos dói que aconteça
a que nos traz na barriga
a que é melhor que anoiteça
a que nos lava a fadiga
a que nos suporta os ais

a mulher
sempre sublime
quando algum peso oprime
um homem com dores demais…

– Jorge Castro