Talvez as condições climatéricas não estivessem de feição – prova elementar (pelo menos, no que aos elementos concerne) quanto às adversidades que perseguem a cultura, em Portugal, se nos desse para estarmos para aqui com ladainhas lamentosas.
Mas, ainda assim, perante uma assistência de gloriosos resistentes, Carlos Nogueira brindou-nos com uma amena, ainda que muito bem condimentada, e revigorante dissertação acerca da Sátira na poesia portuguesa, esse modo tão bem  e extensamente cultivado por tantos dos nossos poetas e que, apesar das imensas marés de adversidades, sempre sabe reinventar os caminhos e veredas por onde ressurge e se faz ouvir e sentir, como manifestação de identidade e de cidadania.     

Foi destacada a circunstância do nosso convidado ter calcorreado distâncias entre Porto e Lisboa propositadamente para nos agradar com a sua presença, bem como o apoio que o IELT proporcionou a esta nossa aventura, conjugação de vontades que sempre move montanhas. 

Os «poetas residentes» – que hão-de permitir-me este abuso – brindaram o nosso convidado e os demais presentes com os mais interessantes ares das suas respectivas graças, complemento determinante do interesse sempre renovado destas nossas sessões…   

… onde o convívio e a arte do encontro são elementos primordiais de insuspeitáveis quão profíquos desenlaces.
Dizer mais desta sessão, depois de tanto adjectivo? Pois, que decorreu excelentemente, apesar da intempérie e, como é já argumento redundante, que muito «melhor é experimentá-lo que julgá-lo». Assim, para quem perdeu esta sessão, que lhe fique o consolo da próxima.
Pelo caminho, procure nas boas livrarias a obra de Carlos Nogueira, mormente a sua  Sátira na Poesia Portuguesa, que dará tal acto e decorrente leitura por muitíssimo bem empregues.