– Em favor da sessão que hoje terá lugar e que na entrada anterior é anunciada, cá vos deixo um soneto de circunstância, temperado pelos ares acrisolados que vivemos:

PASSAGEIROS
todos somos passageiros da aventura
e cruzamos pontes feitas de esperança
ao buscarmos ventos que trazem bonança
dela vem o prenúncio da amargura
o espaço não nos sobra e porventura
resta em nós um resquício de temperança
uma breve partitura – essa balança
de que sendo nós o mal somos a cura
e o destino far-se-á de céu ou chão
seja Verão Outono Inverno ou Primavera
mas maior se nascer da nossa mão
a utopia já lá vem com a quimera
a passada será dada querendo ou não
o caminho aí está à nossa espera…

– poema de Jorge Castro