De poucas coisas gosto mais, na minha terra de acolhimento – Carcavelos -, do que a fruição da orla marítima dessa praia que poderá considerar-se dos melhores areais de Portugal – e se os há belíssimos! Os passeios de fim de tarde ou de fim de semana lavam-nos olhos e alma…

Mas… ó, terrível mas! Repararão que, nas duas imagens acima, a escadaria fotografada tem uma lógica arquitectónica coerente com o respectivo paredão onde se insere. Assim eram e a tais regras obedeciam todas as diversas escadarias que se desenvolviam ao longo do areal. E por ali se aguentaram muitas dezenas de anos a fio. Há quarenta anos, pelo menos, que eu assim as conhecia.  

Porém, a pavimentação – que tanto e tanto tardou – daquele magnífico passeio e mais quem o imaginou, desenhou, arquitectou, levou a que se derrubassem essas escadarias… para fazer outras nos mesmos locais. E mal se entende o porquê da atitude. Eventualmente, para aproveitamento de materiais que sobraram das obras de pavimentação e infraestruturas diversas…  
Pequena nota esclarecedora: na imagem acima, do rebordo da rampa até à areia dista qualquer coisa como um metro e trinta centímetros… – claro, oscilantes com as marés, que le há marés! Bem mais marés do que marinheiros, pelos vistos.

E apenas por isso, pelo aproveitamento de sobras e de restos, é que se pode entender (?) o resultado final destas esplendorosas rampas, com piso especial e politicamente correctas, pois até darão para carrinhos de deficientes chegarem ao areal… Isto se os carros para deficiente pudessem ter alguma serventia num areal, ou se as próprias rampas, com os mgníficos acabamentos que podemos ver-lhes, viessem a revelar-se de alguma utilidade, até para pessoas sem deficiência 

Qualquer coisa, efectivamente, está podre no reino da Dinamarca! Há, efectivamente, por aí uma seita malfazeja que se compraz em gozar com a cara do cidadão contribuinte. E na maior impunidade. Só pode…!
Talvez amarrá-los a uma cadeira de rodas e fazê-los deslizar, uma e outra vez, por estas abstrusas rampas, até que, por fim, miassem ou uivassem, ou um raio que os partisse!