Dia 11 de Dezembro, a partir das 15 horas, inauguração da Casa Museu Dr. Manuel Luciano da Silva, em reconhecimento ao notável investigador do «processo Colombo» com créditos internos e externos, inauguração que terá lugar em Cavião, Vale de Cambra.

Sucessivas e credibilizadas investigações – a que valores bem instalados se obstinam a não querer dar eco, nem sequer na lusa pátria… – apontam para a inevitabilidade de Cristóvão Colon (vulgo Colombo) ser portuguesíssimo, oriundo de Cuba, no Alentejo e da família dos Zarcos navegantes, em demanda do Novo Mundo a soldo dos reis de Castela mas, na realidade, ao serviço de D. João II, desviando atenções da descoberta da rota marítima das Índias, de capital importância para a coroa portuguesa.
Na Casa Museu Dr. Manuel Luciano da Silva ficará disponível o acervo literário coligido pelo investigador ao longo de 50 anos de actividade empenhada. Por lá estarei, de atenção bem desperta, e por lá direi o meu poema inédito numa linha indecisa do horizonte, dedicado ao navegador que a História «oficial» tão mal parece avaliar… por enquanto.
  
A CRISTÓVÃO COLÓN (SALVADOR GONÇALVES ZARCO?), ALENTEJANO DE CUBA, QUE TERÁ DEMANDADO AO NOVO MUNDO POR ORDENS DE EL-REI D. JOÃO II

numa linha indecisa do horizonte
navegante sob as cores da solidão
estremece e uma ruga cruza a fronte
de Cristóvão ido em ventos de feição
o madeiro feito nau vela por ele
o cordame geme breve quase embalo
o velame enfunado o mar impele
tal as ondas que parecem escutá-lo
nada mais o contém e lá navega
à procura de um destino ao rés do amargo
porque o sonho nem é seu nem o sossega
a quietude em que singra no mar largo
ter de si por missão destino incerto
o futuro iludindo no presente
que lhe traz a sua pátria bem mais perto
da lonjura em que vai ficando ausente
um futuro desenhado acidental
que cumpriu por julgar valer a pena
e se vai por Castela é Portugal
a guiá-lo pois el-rei assim ordena
e lobriga muito além junto ao sol posto
por acaso ou talvez saber profundo
em trejeito que é sorriso a contragosto
essa linha que anuncia o novo mundo
são também de marés tão ondeantes
as passagens de que se faz uma vida
e Cristóvão foi assim dos mareantes
navegantes da Utopia sem medida
se ao longe lhe avistamos esse jeito
que o mar dá que é faceiro e que é gingão
sendo Zarco é Cristóvão imperfeito
mas – que importa? – se é nascido neste chão.
– Jorge Castro
1 de Novembro de 2010