– cartaz de Alexandre Castro
Eis a próxima sessão das Noites com Poemas, na Biblioteca Municipal de Cascais – São Domingos de Rana, no dia 19 de Novembro (sexta-feira), pelas 21h30.
Com Rui Ferreira, nosso convidado, autor do livro – também disponível nesta nossa próxima noite, com sessão de autógrafos – Amália, A Divina Voz dos Poetas de Portugal, autor que irá ilustrar-nos acerca dessa ousadia de Amália de trazer grandes nomes da nossa poesia ao fado, transformada em arte maior através de uma voz que se arvorou em identidade nacional.
União fecunda, que percorre Camões, Alexandre O’Neil, David Mourão-Ferreira, Ary dos Santos, Alberto Janes e tantos outros, de que resultaram benefícios para o próprio fado, para a poesia e, afinal, para nós todos.
Rui Ferreira vai trazer-nos, então, Amália e os nossos poetas, falando e cantando, no que será acompanhado por Manuel Gomes (guitarra portuguesa) e Fernando Gomes (viola de fado).
Entretanto, várias outras surpresas são esperadas para esta sessão. Bem como algumas certezas.
Como sempre, nós lá estaremos a contar com quantos queiram juntar à nossa a sua voz… ou, tão simplesmente, com a sua importante presença, que nos garante o quanto estas acções fazem sentido.
Entretanto. algum trabalho de casa…
E SE TUDO NÃO FOR SÓ UM FADO?
e se tudo o quanto nos sucede não for só um fado?
e se tudo for só o acaso de algum breve olhar?
e se tudo pelas nossas mãos é quase pecado?
e se tudo que é feito de nada for só quase mar?
e se tudo tiver essa graça de estar sempre em festa?
e se tudo traz um fado em si mas já livre voa?
e se tudo é brisa que passa e assim nos refresca?
e se tudo em alto mar da vida alteia a sua proa?

e se tudo o quanto diverge integra uma rota?
e se tudo como algum sem-fim se faz recomeço?
e se tudo ao passar por mim é fado ou gaivota?
e se tudo é feito de tudo e do seu avesso ?
e se tudo for o quase nada que dizem ser fado?
e se tudo for o lado a lado de algum breve olhar?
e se tudo no fim não passar de assim ser pecado?
e se tudo por fim for assim por ser quase mar?
– poema de Jorge Castro