(poema anti-orçamento e melancolias diversas e avulsas…)
dá-me o teu braço
meu amigo
vamos cantar
vamos dançar o desembaraço
de se mudar
este castigo de se não ser
e de se não estar
neste país que já foi o berço
e não é abrigo
porque é assim
meu amigo
há que mudar
o triste fado que nos enfada
por assim estar
de assim viver num desviver
quase castigo
quase destino de se viver
sem ter caminho
e cantaremos
meu amigo
o acontecer
que construirmos dia a dia
em desalinho
e cada dia há-de ser
o que ele trouxer
e o que fizermos só por sabermos
qual o caminho.
– poema de Jorge Castro