Um senhor mexicano e secretário geral da OCDE, José Ángel Gurría Treviño, decidiu vir a Portugal cumprir um frete: da desgraça, dizer-nos o que já estamos fartos de saber; das soluções preconizadas, o que José Sócrates tem andado a dizer – com os notáveis efeitos visíveis na sociedade portuguesa – há uma data de tempo.
Em terra de tanto guru economista, mais um ou menos um nem seria coisa demais, pois o território é pequeno mas muito acolhedor. No entanto, este, porventura alcandorado na arrogância de se presumir sustentado por uma organização de tal gabarito como a OCDE – que é e faz o quê? – , achou por bem, ainda, tecer considerações quanto às atitudes comportamentais e relacionais que os diversos partidos portugueses devem manter entre si.
Em bom português, isto chama-se, liminarmente, ingerência nos assuntos internos de um país e alguém devia providenciar em meter o senhor na ordem, no mínimo com queixa sumária e pública à tal OCDE, pela indecorosa intromissão. Ah, e a OCDE é o quê e faz o quê…?
Se não fosse a hipócrita mania de alguns portugas de se armarem em moralistas no que ao livre linguajar se refere (veja-se o recente caso dos dicionários com palavrões – que horror!), e eu estaria capaz de recomendar a esta sumidade, como a minha avozinha transmontana faria, que metesse a língua no cu e fosse à vida dele, deixando-nos tratar da nossa, com a independência que um País com tanta História deveria ter, mas não pratica…
Não há paciência!