no meu sacro promontório
vejo o mar por um canudo
o bote a vaga fustiga
ao homem o mar castiga
por ter querido um empório
e por abrir mão de tudo
deu tantos mundos ao mundo
tantos jeitos de viver
tantos trejeitos no fundo
que são a arte de ser
e anda um barco perdido
sem leme
vela
ou sentido
sem saber que apetecer
e um canhão verte a ferrugem
dos que não tugem nem mugem
e vivem só por viver
– Fotografia e poema de Jorge Castro
Promontório de Sagres – 2010