Assumo o risco de me repetir: um espaço como este terá sempre a riqueza que lhe é trazida por quantos nele participam.  
Espaço aberto, lúdico, de empenhamentos vários e diversificados, de que esta sessão foi notável exemplo… 
A Apenas Livros lá estava, presente e interessada, apoiando a iniciativa, cumprindo um papel social que transcenderá o de mera editora e, seguramente, nos antípodas da busca do lucro fácil ou imediato.
João Bernardino, também, a transformar o aparente fardo de um instrumento que se agiganta perante a sua ligeira figura numa nuvem sem peso, a transportar-nos aos mundos a que a Música nos faz aceder.    
A Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha, com representantes vários, trouxe-nos o alerta para o desleixo pantanoso em que sencontra a Cultura, no âmbito nacional e na vertente de mola impulsionadora e, a um tempo, reflexo vivo de um povo. 
Na imagem abaixo, Palmira e Carlos Gaspar lembram-nos, a este propósito, José Afonso… 
António Ferreira e Manuela Marques, também da Comunidade de Leitores, exibem-nos, através de exercícios coregrafados de Yôga, outro sentir e viver um poema de Sophia, pela voz de Kátia Guerreiro.

Os Jograis do Canto Sénior, das Caldas da Rainha, mostram-nos a comunhão de um poema, ombro com ombro, a dar outras vozes ao mundo e à vida, aos quais João Bernardino deu sequência com a música que pode ser a antecâmara ou o próprio ninho de um poema…
Na segunda parte da sessão, se assim podemos chamar-lhe, e depois de se ter dado o espaço devido aos convidados, a Apenas Livros avançou com a apresentação de dois novos trabalhos editados propositadamente para esta sessão:
– de João Pereira de Matos, Ciência Vaga ou Tratado da Consabida Evidência, com prefácio e apresentação de Nuno Filipe Ribeiro;
– de Jorge Castro, Apenas Alguns Poemas de Cordel…, com prefácio e apresentação do próprio. 
Ensaiou-se o improviso, unindo música e palavra, num consórcio que se revelou fecundo…
Por fim, mas sempre no início de algo, os «amigos de casa», a darem corpo e forma e modo e lugar, a emprestarem alma a este espaço, feito dia a dia, acaso a acaso, gerando a noção clara de que não vale a pena desistir e mesmo o muito pouco faz sentido, por não sabermos o quão longe levará todos e cada um…  
E cantámos todos. E cantaremos. E o que somos hoje já transporta em si o que conseguimos ontem concretizar. E assim me parece fazer algum sentido juntar a minha à tua voz. 

Se enganos houver, não importa, pois o que interessa é estar aqui e agora e seguir caminho, passada após passada, acrescentando caminho à caminhada.