de um amigo que deu
na vida toda
as razões
de ser a vida vivida
nunca perece
nem morre
o ter connosco existido
não há palavras que valham
quando um amigo nos deixa
só memórias
muito vivas
e sem delas termos queixa
quando as palavras nos falham
e a palavra é tão pobre
quando o amigo é sentido
que algum abraço descobre
no abraço a outro amigo
o quanto dele nos recobre
o quanto dele é abrigo
e ao sabermos que iremos
lá de onde nós viemos
em retorno eterno e vivo
é hoje e aqui que o sabemos
por haver sempre um motivo
de um pouco dele estar contigo
e outro tanto comigo.