Constante, mesmo, é o regular aparecimento de Victor, o Constâncio, de quem não lhe ouço comentário que não vá no sentido de propor o congelamento salarial de (quase) tudo e de (quase) todos, em cada aparição nesta ribalta alugada que é a «comunicação social».
Alias e a propósito, o próprio nome da dita dita a sua improvável e desconexa existência. «Comunicação social» em contraponto com o quê? «Comunicação anti-social»? Existe uma «comunicação não social»?
Mas o certo é que o Victor, de Constâncio, lá nos trouxe mais um diktat para o Natal.
Ele que não é eleito, nem ninguém – que se saiba – lhe pede e segue opinião, faz questão de nos brindar com o desgosto da sua presença, de tempos a tempos, sempre cirurgicamente «oportunos» – preparam-se as discussões salariais do costume para o ano que vem – para meter o bedelho na vida dos concidadãos.
Guru, vestal ou oráculo, pranta sentenças sobre os dinheiros alheios como se alguém lhe encomendasse sermão. Ou será que alguém lho encomendou…?
E fica-me a inelutável certeza de que o Victor, tão Constâncio, lá vai cumprindo o frete, apenas se dirigindo aos pobrezinhos, aos desafortunados, à ralé. Àqueles para quem o sofisma, a ilusão de 1% de aumento ainda parece fazer diferença, que aos outros tanto se lhes dá. Estão sempre garantidos.
Constâncio, neste estado deplorável de coisas em que o País está transtornado, é aquilo que, tão lamentavelmente, temos de mais constante: a informação atempada de que são, estão e ficarão pobres todos aqueles que são, estão e ficarão pobres.
Parece que é para isso que lhe pagam, a ele, tão bem… Há bons empregos, neste País.