há tão pouco tempo
para o tempo
que ao passar por nós
nos leva o tempo
de ter tempo p’ra dar voz
ao nosso tempo

sobrevem depois o vão intento
de não ser em vão o pouco tempo
em que tento
emprestar-lhe um novo alento

mas o tempo a destempo
dá-me tempo
num espaço fugaz
num contratempo
de dizer
afinal
que estou sem tempo