… ou dos motivos pelos quais, embora votando, não me inclino para o «centrão»…

Peço, com a devida vénia, ajuda à opinião de Manuel António Pina – que sempre registo com muito interesse e agrado -, no Jornal de Notícias, acerca do anúncio do programa eleitoral do PSD (ver notícia completa aqui) e cito, com acréscimos em itálico de minha exclusiva responsabilidade:
(…) Assim, se a chegar ao Governo, a dra. Ferreira Leite

– extinguirá o pagamento especial por conta que a dra. Ferreira Leite criou em 2001; – e que o engº.(?) Sócrates estabilizou, estruturou, aprofundou… e aproveitou;

– a primeira-ministra dra. Ferreira Leite alterará o regime do IVA, que a ministra das Finanças dra. Ferreira Leite, em 2002, aumentou de 17 para 19% ; – e que o engº.(?) Sócrates aumentou para 21%, tendo reduzido para 20% no início da (assim chamada) crise;

– promoverá a motivação e valorização dos funcionários públicos cujos salários a dra. Ferreira Leite congelou em 2003; – e o engº.(?) Sócrates assim manteve durante quatro longos anos, tendo, agora, feito uns arremedos de descongelamento, por via das eleições;

– consolidará efectiva, e não apenas aparentemente, o défice que a dra. Ferreira Leite maquilhou com receitas extraordinárias em 2002, 2003 e 2004; – e que o engº.(?) Sócrates, após um esforço indómito e sem par, também consolidou denodadamente através dos nossos impostos, para vir a ser atropelado por uma crise que alguém se esqueceu de avisar que vinha lá;

– e levará a paz às escolas, onde o desagrado dos alunos com a ministra da Educação dra. Ferreira Leite chegou, em 1994, ao ponto de lhe exibirem os traseiros… – e que o engº.(?) Sócrates conseguiu, também, estender e generalizar aos professores, que chegaram ao ponto de lhe mostrar várias outras partes anatómicas, nomeadamente após serem vitimados por pais anormalmente enraivecidos e por alunos descontraidíssimos;

No dia anterior, o delfim Paulo Rangel já tinha preparado os portugueses para o que aí vinha: “A política é autónoma da ética e a ética é autónoma da política”(aqui acaba a citação), – ouvindo nós, em fundo, a voz de Augusto Santos Silva dizer: «- Amen!».

Os portugueses têm a memória curta? Enfim, há limites para tudo. Julga-se, até, que para a estupidez… Ainda que alguns a considerem incomensurável.

Lamento, até pelo esforço que algumas mentes bem intencionadas fazem, agitando o papão do «regresso da direita» a combater presumivelmente com o «voto útil», mas não vislumbro a mínima diferença política entre os dois partidos em apreço.

Talvez seja esta a hora de aprenderem a ter alguma humildade democrática. E essa poderá chegar-lhes com o voto popular sem peias nem constrangimentos, contrariando essa arrogância de supostos «grandes partidos», agindo como donos das vidas de quem, afinal, os elege.

Uma coisa a História nos ensina: nunca nada é para sempre! A ver, nos próximos episódios…