Dei por mim a matutar no quão difícil é dizer algo sobre as eleições que se avizinham, sem cair na facilidade dos lugares comuns e, até pelo contrário, tentar ser, de algum modo, original na profundidade de uma análise – mesmo que essa profundidade venha a ser, afinal, superficial…
Os concorrentes são todos conhecidos. Ninguém, enquanto eleitor, irá ao engano.
Esperanças de mudança promovidas por cada um dos concorrentes… Bem, com tanta escassez de bom e de positivo que foi acontecendo, na balança dos interesses da imensa maioria da população, nos últimos anos, pela mão destes concorrentes, o grau de expectativas é necessariamente baixo.
No entanto, vou colhendo ensinamentos que nortearão o meu voto:
1. Maioria absoluta – como se viu nos últimos quase cinco anos – só nos faz padecer da Democracia. Portanto, tal como o crude derramado na Galiza, nunca mais!
2. Das maiorias relativas que possam constituir-se se espera que estejam condenadas a entenderem-se, em pactos de regime, ou alianças circunstanciais, ou o que quiserem, mas tendo por objectivo o tão apregoado interesse nacional. Essa é a substância primeira da Democracia: o entendimento e cooperação, que pressupõem a liberdade de escolha, articulada com a razoabilidade e temperada pela condescendência.
E não me parece que tal implique que haja que abdicar de princípios… pelo menos para aqueles que ainda os mantenham.
Claro que Maquiavel diria que aquilo que acabei de propor enferma de ingenuidade atroz e de lirismos vários. E, se calhar, é verdade.
Mas, que Diabo, Maquiavel já morreu há tanto tempo… Ainda não aprendemos mais nada de relevante no concerto do mundo?
Entretanto, não deixem de votar, pela vossa saudinha! Mas, se não votarem, por altíssimo favor, nem me digam nada, para não se estragar mais uma relação…