A seguir, para desmoer o lauto almoço, um passeiozinho ao rés da água, visitando glórias de outrora que ainda se fazem ao mar…
Mas, muito exemplarmente, atentar nesta informação/advertência à beira-estuário plantado…
… e, logo depois, observar a olímpica indiferença, perante o perigo anunciado, que o comum cidadão assume.
Não havendo aqui falésia de derrocada iminente, dir-se-ia que o povo afronta a desgraça com o mesmo ímpeto marinheiro que deu novos mundos ao mundo… (NOTA – o aviso acima encontra-se profusamente distribuído ao longo do paredão – vide ali nas traseiras da senhora de verde-amarelado).
Perante tanta valentia, tanto pundonor, não será de estranhar que as fortificações fiquem sem serventia. O povo vai à luta de peito aberto e mãos vazias e o que tem de mais certo é que, desde que não perca, até poderá sair vencedor… por outro lado, não havendo ventos de feição, empata. Mas nisso também somos bons…
Entretanto, numa simpática homenagem ao Homem do Mar, um monumento evocativo à sua lide e à sua fé. Em fundo, a nova Tróia…
E, vá lá saber-se porquê, dei por mim a parafrasear o Pessoa: Deus quer, o Homem sonha… e o Belmiro lá vai construindo!
Pergunto-me, até, porque não sobram a estes furiosos edificadores do cimento, ímpetos que os aconselhem ou estimulem a recuperar o sem-número de belíssimas casas em adiantado grau de degradação em que a baixa de Setúbal é fértil – e, também aqui, me parece ver o significativo gesto que a figura altaneira que se divisa no topo de um desses edifícios nos faz. O preclaro Zé Povinho não o faria melhor.