Sob a égide da Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras, rumo ao Farol do Bugio, no meio da desembocadura do rio Tejo. O tempo enevoado e a chuva miudinha não conseguiram – ou talvez, até, tivessem acentuado – a aura de encantamento que é visitar um local onde quedam adormecidas, revestindo as pedras, as memórias de tantas vidas que por lá passaram, zelando porque não se perdessem os que entravam na barra.
Tendo Joaquim Boiça por guia, homem de saberes e de excelente poder de comunicação, que alia a tais qualidades uma outra extraordinária que é a de ser filho do último faroleiro do Bugio, de que retém memórias de infância, pois lá residiu com a família, como era destino dos faroleiros, conferiu à visita um cariz especial, onde os afectos se nisturaram à cultura.
Como tantas outras coisas, neste País, o Bugio está em estado de abandono. Gozam-no as gaivotas, afortunadas aladas, ficando nós no desespero de nem ao sonho sabermos dar as asas necessárias e urgentes…

Joaquim Boiça mostra onde nos encontramos, no seu livro
O Forte e o Farol do Bugio (co-autoria com Maria de Fátima Barros)

– fotografias de Jorge Castro