Jardins da Gulbenkian, em Lisboa. Lá dentro, exposições, livros, música… Mas, cá fora, um nicho de tranquilidade no caos urbano. Os patos selvagens lá vão constituindo família, por entre os caniços da margem do lago, assarapantando o espelho de água, na mira do pãozinho diário que almas tranquilas sempre estão dispostas a prodigalizar.
E são, também, os pombos, as percas, os cágados, as rãs, os camões (!), as libelinhas, tanta, tanta bicharada, por ali, à solta, misturada com os humanos, sem perturbações do ambiente.
Senta-se uma pessoa numa sombra fresca, com vista para o verde, e deixa-se por ali ficar, a ver como passa o tempo, atirando migalhas aos pombos e até parece, numa fracção de segundo, que tudo está onde e como devia estar…
– fotografia de Jorge Castro