Manhã cedo. Comboio do Fogueteiro. Tempo de veraneio, logo, menos pressão de utentes.
Uma passageira, aí pelos seus quarentas, tem um acesso de tosse. Nada de grave, nem especialmente notório. Um mero acesso de tosse, daqueles que podem sobrevir quando nos engasgamos com uma pastilha elástica…
No acto, todos os vizinhos dos bancos em redor se levantaram e procuraram lugares bem mais afastados.
A pobre, constrangida, até lhe vieram as lágrimas aos olhos.
Eis um excelente cenário para o início de um filme de terror, bem perto de si.
Receio que se cumpra a profecia poética de O’Neil e, um destes dias, venhamos a descobrir que estamos todos transformados em ratos.