Magnífica sessão! Sem descabidos pudores nem deslocadas modéstias, a 44ª sessão das Noites Com Poemas – Os Poetas Da Apenas – não terá deixado indiferentes todos quantos deram corpo ao evento.
Iniciada a função pelas 17h30, não foram muitos os jovens autores que compareceram, tanto mais que a sessão de lançamento das Estórias do Amanhecer, das colectâneas do Café Grilo, já tivera lugar e, no momento, muitos partiram já para os seus destinos de férias.
Contaram, entretanto, os que compareceram e, entre eles, uma das cordenadoras do projecto, Ana Bela Perdigão.
Na fotografia abaixo, a autora Beatriz Brito, porventura num primeiro de muitos esperados autógrafos.
Após um animado e prazenteiro convívio com quem ia chegando, e de um confortável repasto – obrigado, senhor Sampaio! – teve início a segunda parte, pelas 21h30.

Com a moldura da exposição de Pintura Cidades em Construção, de Maria Eduarda Oliveira, tiveram lugar as mesuras e agradecimentos devidos a quem se empenha para que cada sessão tome forma e conteúdo. Aqui uma palavra à Lídia Castro e à Lourdes Calmeiro, que sempre me têm acompanhado, desinteressada mas empenhadamente, na organização e logística das sessões.
Os agradecimentos estiveram, como nos competia, a meu cargo e da Fernanda Frazão, da Apenas Livros. Passados os preâmbulos, a sessão teve início com a leitura do texto de um dos autores das Estórias do Amanhecer, com 9 anos de idade, texto esse muito adaptado às circunstâncias que envolvem esta comunidade – porque assim já pode ser nomeada – e que serviu de mote para o que se avizinhava.


A Fernanda Frazão leu uma mensagem dirigida à assistência, remetida pelo poeta asturiano José Luis Campal, justificativa de ausência, mas congratulando-se com a realização do evento, que contava, também, com obra sua publicada pela Apenas (Llibretina de tornes).


Júlia Zulus (oboé) e Luís Morais (violino), mestres em Viena, que se deslocaram propositadamente para esta sessão, embeveceram a assistência com o alto nível das suas interpretações, criando uma envolvente mágica… que, entre outras coisas, teve o condão de elevar bem alto a fasquia da qualidade para cada um dos presentes.


Bach, Mozart, Tilemann… também eles, pela mestria destes excelentes intérpretes, engrossaram o caudal que a todos envolveu e inspirou.



Dando lugar aos Poetas e à Poesia, Joana Ruas disse Floriano Martins


Maria Francília Pinheiro, uma vez mais, nos deu a sua arte de tão bem dizer, mesmo quando o conteúdo seja de maldizer…


Carlos Peres Feio, sempre poupado no tempo, traz a prodigalidade dos afectos em redor desse ser sublime que é a mulher…


Clarinda Galante emprestou e bem a sua voz à Paula Raposo, que (bzzzzz…) escreve bem, mas furta-se à leitura, em voz alta… e ainda se há-de descobrir porquê.

Francisco José Lampreia contou com uma audiência atenta e interessada…


E João Baptista Coelho surpreende-nos sempre com a sua juventude e força anímica. E ainda nem é poeta da Apenas… Mas há-de ser!

Os prémios de comparência, com assinatura da senhora Vereadora da Cultura, Ana Clara Justino, da Câmara Municipal de Cascais, são distribuídos pela Fernanda Frazão aos autores – na fotografia, à Paula Raposo – bem como à Júlia Zulus e ao Luís Morais.

Ana Freitas surpreende-se com uma sua missiva em forma de poema, trazida à sessão de forma inesperada e muito aplaudida pela sua actualidade e espírito de combate.

Maria Estela Guedes traz-nos as suas próprias evocações de Africa, ao mesmo tempo que dá voz a Fernando Botto Semedo e a dois dos autores da colecção Naturarte, que coordena, também publicados pela Apenas: Floriano Martins e João Rasteiro.
David Silva prova a quantos o ouvem que a maturidade do espírito não tem idade.

Estefânia Estevens, acompanhada por Mário Piçarra, deslumbra-nos e presenteia-nos com uma interpretação muito pessoal de trabalhos do José Afonso.

E Carlos Peres Feio aproveita o ensejo para se fazer, musicalmente, acompanhar. Eloisa dá uma mãozinha (ou ambas) ao Mário, para uma envolvência de além-mar.

Numa pequena homenagem a Hipólito Valente, co-autor com Mário Piçarra, um poema que conheceu a luz num álbum dos Terra a Terra é interpretado a duas vozes e dois estilos…

… necessariamente, com outra alma que o autor, também da música, lhe confere.

Ninguém teve pressa para sair e a meia-noite era chegada. O dia seguinte, dia de trabalho. Mas o momento era dos afectos. Das vaidades, também, porque não? E dos orgulhos. De sermos, de estarmos e de fazermos!

Por fim, ainda os autógrafos dos autores – na foto Ricardo Álvaro.


A Apenas Livros tem à venda todos os exemplares dos livros dos autores evocados na sessão, como de tantos outros mais.
Eu adquiri um exemplar de cada. E recomendo, porque uma Editora assim não vive de ar e vento!