Poderia falar do Freeport, do Obama, das avaliações, da crise dos financeiros; poderia dar relevo às intempéries, à problemática da arbitragem, ao futuro das relações com Angola… Poderia falar do que me desse na real gana, que é esse um RARO privilégio que abunda neste blogosférico espaço.
Por isso mesmo é que não vou falar de nada dessas coisas que preocupam o mundo e, numa perspectiva mais umbilical, libertária e de reduzido âmbito, vou lavrar um apontamento sobre as mais recentes actividades em que estive envolvido.
Por certo tenho que nada do que vos relatarei será de maior ou menor importância do que as outras mencionadas, pois cada uma dependerá do olhar de quem para ela vier a olhar, ou já olhou:
Noites com Poemas – dia 23 de Janeiro – Solidariamente Rumo ao Centenário, em prol da Associação dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana.
Para já, uma saudação a quantos corresponderam à chamada. E foram todos: Francisco José Lampreia, Estefânia Estevens, João Baptista Coelho, Edite Gil, Carlos Peres Feio… A Câmara Municipal de Cascais fez-se condignamente representar, bem como a Associação dos Bombeiros. A mesa não cabia em si de contente e quase não dava para as encomendas.


A despeito do frio e da chuva e da noite e do futebol, a sala mostra bem, uma vez mais, que quem quer, vai, e há sempre procura para um momento de partilha bem passado.


Ouviu-se poesia em quase todas as vozes e, dali ao cantar, foi um instante…


Tanto que se achou por bem ensaiar um coro, onde a Procissão, de António Lopes Ribeiro, até a vozes se entoou, abarcando todos os presentes.

Depois, dia 24 de Janeiro, rumo ao Algarve e à Vila da Luz, ali logo depois de Lagos. A Fátima SeiLá aventurou-se num livro que o Amadeu enriqueceu de desenhos – as Papoilas de Janeiro (podem aceder aos links na entrada anterior). De mim, os dois quiseram um prefácio e uma apresentação da obra e a Helena levou tudo a lume brando, até levantar fervura e voo no Artebúrguer.

«Com mãos se faz a paz, se faz a guerra, com mãos tudo se faz e se desfaz...», lá nos dizia o Alegre coimbrão. Na Luz, serviram, também, para aplaudir e dar autógrafos, apesar de, como veio a ficar provado, ali se congregasse uma assembleia de malucos.

Da vitalidade destas iniciativas, alguns estranham-nas. Outros invejam-nas. Há quem as menospreze. Mais ainda quando descobrem que o que faz correr estes «insanos» não é o dinheiro, nem a vã glória de mandar, ou outra, mas tão só o cultivo da arte do encontro.
Loucos, insanos, dementes, líricos e, ainda assim ou por isso mesmo, sobreviventes. Bem hajam!