O que se passa em Gaza é a negação dos mais elementares conceitos de Humanidade, tal como os entendo e me foram transmitidos, tal como existem entranhados – ou seria admissível que já existissem – no nosso património genético ou nos nossos atavismos, enquanto seres humanos.

Se alguma razão existisse a favor de Israel, até por circunstâncias de básica sobrevivência enquanto nação, ela foi, de há muito tempo a esta parte, anulada pela desproporção de forças em presença.

Não pode haver razão que sustente que uma vida, de um lado da barricada, equivalha a cem vidas, do outro lado. Estes são conceitos não mensuráveis, desde logo porque cada vida tem (terá?) um valor inestimável.

Se assumirmos este postulado como pilar fundamental da nossa civilização, nada nem ninguém poderá dar, sequer, o benefício da dúvida a Israel e urge que o concerto das nações assuma, contra hipocrisias e cinismos de ganância, que, esta sim, é uma questão global, sob pena de ao planeta Terra afligirem coisas muito mais prementes, ainda, do que o aquecimento global, para que a nossa sobrevivência seja sustentável.

Não trilhar esse caminho implicará a barbárie. Que mais razões não houvesse…
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Entretanto, porque um sorriso pode redimir-nos de muita coisa, aqui vos deixo este:
Um exemplo engenhoso do discurso e da política ocorreu recentemente na Assembleia das Nações Unidas e fez a comunidade mundial sorrir.
Um representante de Palestina começou: “Antes de começar a minha intervenção, quero dizer-lhes algo sobre Moisés:
– Quando partiu a rocha e inundou tudo de água, pensou, que era uma oportunidade boa de tomar um banho! Tirou a roupa, colocou-a ao lado sobre a rocha e entrou na água. Quando saiu e quis vestir-se, a roupa tinha desaparecido. Um Israelita tinha-a roubado.”
O representante Israelita saltou furioso e disse, “Que é que você está a dizer? Os Israelitas não estavam lá nessa altura.”
O representante Palestiniano sorriu e disse: “E agora que se tornou tudo claro, vou começar o meu discurso.”*