… o que me vêm aconselhando 478 especialistas em Economia, apenas de há uma semana para cá, creio poder estar em condições de afirmar que tenho uma solução para a crise que abala o mercado, na perspectiva do cidadão comum, pequeno aforrista e pagador de impostos. A saber:
– se cada um plantar uma dúzia de couves, à escala mundial, lá por alturas do Natal metade da crise estará debelada.
Enfim, se as suas pequenas poupanças tiverem desaparecido no sorvedouro da crise, isso ficará a dever-se a uma evolução negativa do mercado que a tal obrigou e que todos lamentam, mas sempre poderão comer as couves… Não se perderá tudo.
Tal será incomensuravelmente melhor do que desatarem todos a correr aos bancos para levantarem as escassas poupanças, porque isso só vai piorar a conjuntura.
Dediquemo-nos, pois, à agricultura em pequena escala. O arquitecto Ribeiro Teles é que está certo quando preconiza o restabelecimento das hortinhas de Lisboa.
Já estou a ver as sucursais do Millenium cheias de vasinhos com viçosos rabanetes, umas repolhudas couves lombardas, ou frondosas trepadeiras de tomates-cereja…
Assim como assim, sendo uma economia periférica, como somos, aqui no nosso cantinho, sossegaditos e dedicados à agricultura, a crise lá há-de passar, que isto não há mal que sempre dure…
(Sempre estou para ver se haverá alguém capaz de dizer que esta abordagem é mais estúpida do que as dos tais 478 especialistas que andam para aí a papaguear dislates sobre a crise do mercado…)