Ainda os POEMAS DE MENAGEM: quem quiser ver as fotos do evento, da autoria de Lourdes Calmeiro e de Alexandre Castro, clique AQUI, ou no conjunto de fotografias sobre o mesmo tema ali no lado esquerdo do Sete Mares.

os passarinhos
e os passarões
tão engraçados
tratam da vida
dando passinhos
ou encontrões
bem apressados

e os patinhos
já de saída
tão delicados
co’a mãe na mira
fazem p’la vida
comendo pão
deliciados
que alguém atira

há as flores
trazendo odores
a tal concerto

ninguém diria
estar o inverno
‘inda tão perto…

– fotos (obtidas nos jardins da Gulbenkian) e poeminha de Jorge Castro

Um comentário só relativamente ao já saturado vídeo da agressão à Professora de Francês na Escola Carolina Michëallis, no Porto, por ter «confiscado» um telemóvel a uma aluna histérica:

– Distinga-se e louve-se a serenidade da Professora, apesar das circunstâncias. Mesmo sem conhecer os antecedentes da situação, perante uma atitude daquelas eu, muito provavelmente, teria pespegado o que na Invicta se chamava um gloriosa lamparina na garina, para ver se lhe acalmava os ímpetos. Claro que isso daria pior resultado, mas a paciência tem limites… A desta Professora, pelos vistos, supera em muito a minha.

– Consta-me que a «pobre» proto-delinquente já terá, por esta altura, sido transferida de escola, com o consequente branqueamento da sua atitude ou, pior, com o estatuto, entre os colegas, de heroína caceteira, a fazer exemplo – mau para a escola de onde sai e mau para a escola para onde foi transferida, difundindo, assim, o péssimo referencial.

– Mais me aprazaria saber:

  • De exemplar punição, com ampla divulgação na escola e nos media, com recurso a todo e qualquer meio legal ou regulamentar disponível para o efeito (se é que eles existem, o que duvido!…) ;
  • De exemplar punição para todos aqueles que, na turma, se solidarizaram com tão abjecta e idiota atitude, por não serem estes os exemplos de cidadania de que o país carece. Na verdade, os gritinhos parvos de gáudio e regozijo que se ouvem no vídeo são uma vergonha tão grande como a da agressão propriamente dita. Não gostaria de estar na pele dos pais de tal prole…

Mal estaremos todos nós se, naquela Escola, os seus responsáveis não forem capazes de louvar a atitude da professora, envolvendo, também, a solidariedade de toda a comunidade escolar, extensiva obviamente a alunos e pais, em torno da atitude exemplar da Professora que, vítima de elementar agressão no exercício da sua actividade profissional, conseguiu não perder as estribeiras, não respondendo a essa agressão como a sua condição humana recomendaria.

Pelo caminho, fica-nos mais um lamentável exemplo do estado a que as nossas escolas chegaram, por força das sucessivas erráticas e desgraçadas «políticas» que, da Justiça ao Ensino, avassalam o país em ondas de irresponsabilidade e de mediocridade.