e os passarões
tão engraçados
tratam da vida
dando passinhos
ou encontrões
bem apressados
já de saída
tão delicados
co’a mãe na mira
fazem p’la vida
comendo pão
deliciados
que alguém atira
há as flores
trazendo odores
a tal concerto
ninguém diria
estar o inverno
‘inda tão perto…
– fotos (obtidas nos jardins da Gulbenkian) e poeminha de Jorge Castro
– Distinga-se e louve-se a serenidade da Professora, apesar das circunstâncias. Mesmo sem conhecer os antecedentes da situação, perante uma atitude daquelas eu, muito provavelmente, teria pespegado o que na Invicta se chamava um gloriosa lamparina na garina, para ver se lhe acalmava os ímpetos. Claro que isso daria pior resultado, mas a paciência tem limites… A desta Professora, pelos vistos, supera em muito a minha.
– Consta-me que a «pobre» proto-delinquente já terá, por esta altura, sido transferida de escola, com o consequente branqueamento da sua atitude ou, pior, com o estatuto, entre os colegas, de heroína caceteira, a fazer exemplo – mau para a escola de onde sai e mau para a escola para onde foi transferida, difundindo, assim, o péssimo referencial.
– Mais me aprazaria saber:
- De exemplar punição, com ampla divulgação na escola e nos media, com recurso a todo e qualquer meio legal ou regulamentar disponível para o efeito (se é que eles existem, o que duvido!…) ;
- De exemplar punição para todos aqueles que, na turma, se solidarizaram com tão abjecta e idiota atitude, por não serem estes os exemplos de cidadania de que o país carece. Na verdade, os gritinhos parvos de gáudio e regozijo que se ouvem no vídeo são uma vergonha tão grande como a da agressão propriamente dita. Não gostaria de estar na pele dos pais de tal prole…
Mal estaremos todos nós se, naquela Escola, os seus responsáveis não forem capazes de louvar a atitude da professora, envolvendo, também, a solidariedade de toda a comunidade escolar, extensiva obviamente a alunos e pais, em torno da atitude exemplar da Professora que, vítima de elementar agressão no exercício da sua actividade profissional, conseguiu não perder as estribeiras, não respondendo a essa agressão como a sua condição humana recomendaria.
Pelo caminho, fica-nos mais um lamentável exemplo do estado a que as nossas escolas chegaram, por força das sucessivas erráticas e desgraçadas «políticas» que, da Justiça ao Ensino, avassalam o país em ondas de irresponsabilidade e de mediocridade.