Preciosidades – para quem diga que passo a vida a dizer mal, o que nem é verdade, mas não faz mal porque, por enquanto, eu vou dizendo o que dá na veneta… – e sugestão: se ouvirem falar do grupo La Farse Manouche, vão lá ver e ouvir e, depois, digam-me de vossa justiça.
Como anunciado em entrada anterior, na Sociedade Guilherme Cossoul, em Lisboa, assisti a uma sessão de jazz com este terceto (na foto, o guitarra Nuno Serra). Sugestões de Django Reinhartdt, inspiração em Biréli Lagrène, dois guitarras e um contrabaixo garantem a festa. Garanto-vos eu que saí de lá sem me doer nada e mortinho por saber onde será a próxima. Terapia ocupacional urbana do melhor.

No intervalo até se me deu para um “repente”:

se ao som de notas me embalo
se noto em mim este som
porque não hei-de escutá-lo?
porque não sentir-lhe o tom?
porque lá falar eu falo
porque falar é um dom
mas ouvir é um regalo
que dá ao vento a feição

se ao som de notas me embalo
se eu bailo até mais não
se houver um céu vou tocá-lo
de pés assentes no chão

e na música revolta
que vai de mim ao infinito
hei-de em cada nota solta
soltar a voz com que grito