por vezes
um poema é um crepúsculo
um discurso de recurso
ao rés do opúsculo
um sentir contra a sina que oprima
que se lança em verso branco ou numa rima
um discurso de recurso
ao rés do opúsculo
um sentir contra a sina que oprima
que se lança em verso branco ou numa rima
por vezes
um poema é um poente
contraluz que se acende de repente
ao tocar uma linha no horizonte
esse pôr do sol
que além se faz nascente
contraluz que se acende de repente
ao tocar uma linha no horizonte
esse pôr do sol
que além se faz nascente
por vezes
nesse enredo feito um pouco por acaso
um poema que parece ser ocaso
cresce em nós feito só de quase nada
e transforma a noite escura em alvorada.
– foto e poema de Jorge Castro