Nunca sei de que lado vem o tempo
dias há que está no ar
outros que vem cá de dentro

e eu por ele a passar
e ele por mim
violento

quanto mais quero esperar
mais ele me deixa
sem tempo

nada se ganha em ficar
à espera
que mude o vento

fez-se o leme para o mar
e quando a vela enfunar
ganha-se o vento e o tempo.


– foto e poema de Jorge Castro


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Citando Ricardo Araújo Pereira, a propósito da crise no BCP, sublinho, da revista Visão desta semana: “É bom não esquecer que, no primeiro semestre deste anos os lucros do BCP foram de apenas 307,9 milhões de euros. É natural que aquela gente ande transtornada…”.
Não se entende lá muito bem a disputa entre católicos tão fiéis e que tão pressurosamente têm seguido o preceito do “venha a nós o vosso reino”, como são Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto.
Enfim, lembrar-lhes-ia, se me fosse dado ir à conversa com ambos, que faz escassos dois meses morreu o patriarca Guy de Rothschild e, nesta mesma semana, faleceu também o barão Elie Robert de Rothschild, por ataque cardíaco. Confesso que desconheço qual a confissão religiosa que professavam. Mas estou em crer que ambos morreram riquíssimos…
O epitáfio é conhecido: sic transit gloria mundi. Quanto à moral da história, que fique cada um com a sua.