Ter em Lisboa Esposende
Na noite de Santo António
É coisa que mal se entende
De demónio… ou de neurónio
Pior quando a marcha abriu
Logo mais com sarabanda
Com um samba do Brasil
Qual Carnaval de outra banda
Também vieram piratas
De trabuco e flauta lisa
Espanholas as gaiatas
A ver Lisboa em camisa
Pelo andar da romaria
No Carnaval de outra banda
Ao Brasil hão-de ir um dia
Os paulitos de Miranda
Santo António é manjerico
E cravo belo e faceiro
Por tanta flor é rico
Só não tem mesmo é dinheiro
Santo António é um magano
Que traz Lisboa ao pescoço
Vem cá uma vez ao ano
Come a carne e deixa o osso
Nestas marchas de Lisboa
Desfile em gato-sapato
Falta-nos ter numa boa
Santo António a candidato
Enquanto não acordasse
O pesadelo era enorme
Se Santo António sonhasse
O quanto Lisboa dorme
Não há fogueira como esta
Ele há coisas do demónio
Lá se vai Lisboa em festa
Saltar de António em António
E no palanque mais alto
Para regalo dos olhos
Candidatos ao assalto
Quais manjericos aos molhos
Entre um José e a Roseta
Um António deu à costa
Um Negrão correu à meta
Tudo a Lisboa se encosta
Haja pão e circo e tudo
Neste desfile na avenida
Que mais parece um Entrudo
Santo António… foi à vida!