Vale a pena ler, meditar, confirmar e divulgar.Valha-nos a indignação, que nos inspire a contrariar este estado de coisas.
Acabei de receber a mensagem abaixo, que transcrevo na íntegra, agradecendo à autora a informação. Fui confirmá-la, claro. E – claro, também – não posso deixar de subscrever o texto de Teresa Muge:
“Meus amigos:

Isto do (não) falar em Português, pelos vistos, não tem a ver só com a Música. Quem estiver interessado, vá ao endereço Plano Nacional de Leitura e logo verá como as coisas são.


Só para abrir o apetite: da lista de cerca de 60 livros recomendados para o Jardim de Infância – alguém tem dúvidas que é ali que a educação formal começa? – apenas dois (2 – disse bem) são de autores portugueses (Elvira Ferreira – uma ilustre desconhecida e António Torrado – um bem conhecido e emérito produtor de literatura para a Infância.

Ou seja: desta lista, subscrita pelo Ministério da Educação, Ministério da Cultura e Presidência do Conselho de Ministros, foram afastados autores portugueses cuja qualidade pedagógica e literária é sobejamente conhecida (Alice Vieira, José Jorge Letria, José Leite de Vasconcelos, Luísa Dacosta, Manuel António Pina, Maria Alberta Menéres, Matilde Rosa Araújo, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teófilo Braga, Luísa Ducla Soares… entre outros). Isto para já não falar da grande ausência das Histórias, Contos e Lendas Tradicionais, das Lengas-lengas, da Poesia…

Não sei quem fez esta lista. Não sei quais têm sido as reacções dos Educadores – as minhas tentativas de registo num dos Foruns foram todas frustradas – dos autores e de outros interessados, mas isto, para mim, é uma daquelas coisas que, em bom Português, se pode chamar de POUCA VERGONHA a que se acrescenta, como no Rei Leão MAS COM PODER!!!

Poderia dizer que já nada me espanta, mas não é verdade. Isso poderia querer dizer que “então não há nada a fazer” e isso eu não quero. O que realmente pretendo é continuar a manter a quota parte de ingenuidade que permite ter aquele tipo de esperança activa em dias melhores que me leva a escrever e a divulgar este protesto.

Um abraço a todos

Teresa Muge

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Para contrariar a eventual sensação de vómito causada pela situação acima denunciada, permitam-me partilhar convosco uma pequena vaidade, a que o seu autor chamou karaoke tipográfico e que, recomendando-se a todos, tem especial destaque para os amantes da Björk.