o reduto
ó povo de insignes marinheiros
onde canta a tua voz ao rés das águas?
porque fazes só de mágoas tua voz?
porque penas entre mãos de vis sendeiros?
ergue o canto bailadeiro e atrevido
traz ao mar outro fremir bem ponteado
lança ao ar o grito agreste
‘inda ferido
que se aperta no teu peito
atormentado
mas não cales a tua voz em vã derrota
que a rota tu a fazes
não o fado.
– foto e poema de Jorge Castro
e o resíduo
A editora D. Quixote promoveu esse aborto de texto que colhe por aí delírios de multidões alarves, entre esquemas de alterne e pontapés na bola (e na civilização). Estamos num mau caminho.
A não ser que se pretenda deliberadamente avacalhar ainda mais a multidão que bovinamente se embevece a ruminar estercos, mas que – curiosamente – dispõe de dinheiros fartos para ir à bola e para adquirir estas excrescências, não se entende tal publicação pelas mãos de tal editora…
Também aqui se dirá que as acções ficam com quem as pratica. Mas não… As acções, ainda que volúveis, fétidas e desgraçadas – como esta – espalham e sedimentam a sua baba malsã por quem já perdeu o norte da vida. E a nada ajudam.
Parece estranho como um pútrido (e prostituidamente óbvio) sucesso de vendas pode desvanecer uma editora supostamente criteriosa.
Vai levar tempo a redimir-me com a D. Quixote.
(Notas de estranheza – E foi preciso este excremento para que os apitos justiceiros se voltassem a ouvir? E porque é que a senhora – criminosa confessa – não foi presa de imediato? E eu também posso ser mandante de uma carga de porrada sobre alguém que me desagrade ou perturbe e notificar os órgãos da “comunicação” sem que nada me aconteça?)