– A propósito de um espasmo de um tal “Manuel Ribeiro”, publicado no Notícias Magazine e intitulado “As Nossas Queridas Professoras” (JN, edição impressa de domingo, 23 de Abril de 2006)”, deixei em “Secções do Leitor” do JN – apenas porque a liberdade de expressão existe para isso mesmo e não porque o plumitivo o mereça – o seguinte comentário:

Não sou professor. Sou pai e educador de uma criança, o que já é uma canseira.
Sou pai de uma criança razoavelmente normal, segundo os cânones em vigor, circunstância que me tem custado muitas e boas horas de trabalho diário pós-laboral. Assim o assumi, quando decidi trazê-lo à vida, em conjunto e comum acordo com a senhora que vive comigo, sendo certo que eu também vivo com ela.
Não sou pai de nenhum “Manuel economista”, felizmente. E digo felizmente pois tal criatura, com a sanha anti-docente que desvenda, custar-me-ia decerto, enquanto filho, uma boa mão-cheia de euros em recurso a psiquiatria.
O “Manuel” é “economista”? Não sei, nem isso será relevante. Sei que a senhora que vive comigo – e que é a mãe da criança de que eu sou pai – é professora, no ensino oficial, há mais de 30 anos. Acompanhei o seu precurso de dedicação, empenho e, até, de militância na docência.
Subsidiámos incontáveis vezes o Ministério da Educação, nas suas erráticas e disparatadas “políticas”, promovidas por inúmeros “Manueis Ribeiros” do nosso descontentamento.
Apenas e tão só por isto me permito considerar que o artigo do inquinado “Ribeiro” me confere o direito de lhe cuspir na cara e pregar um valente par de queirosianas bengaladas, se alguma vez tiver a infelicidade de tropeçar em tal excrescência – se ela tiver existência real… – por não lhe admitir tão liminar e soez falta de respeito pelo seu concidadão.
A liberdade de expressão serve para isto mesmo: para dizermos o que nos apetece, nem que seja a troco de umas bengaladas… Ou, então, perde toda a graça!
Entretanto, “Manuel”, apesar das tuas “economias”, o mundo continua a girar. Aqui deixo, então, como inevitável publicidade que não mereces, o simples depoimento de um cidadão, cansado até ao vómito de “manueis ribeiros”.