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Para os meus pequenos amiguinhos e amiguinhas, vou agora contar uma historinha de fadas que – vá lá saber-se porquê – me foi inspirada por um candidato às presidenciais o qual, por óbvias razões de elegância, não nomearei …
(ser-se uma fada é que é
ter assim ali ao pé e sempre à mão
a varinha de condão
ter o dom de baralhar de supetão
só por graça porque sim ou porque não
o mundo todo
fazer – sabe-se lá – de caixinha de rapé
com um só gesto
a grandeza de um salão
sua beleza com certeza de estadão…)
onde dança ao som da valsa a Cinderela
sem chinela de atavio culinário
enlaçada com desvelo por um príncipe
e ao soar da meia-noite
– por fadário –
de cristal – bem bonito, por sinal…
deixará de si sapato solitário
esquecido na ingente escadaria
em fuga airosa numa abóbora para o quintal
transportada em tropel de rataria
oh pobre Cinderela do vestido de enxergão
não verás jamais o príncipe
assim valsante e tão belo
ao som pungente do derradeiro bordão
do alto do campanário
na sua mão o sapato peregrino e solitário
e tu calçada com esse cambado chinelo
mal tu sabes que a verdade nua e crua
oh criatura
é que se foste a Cinderela
da ilusão
ao soar a meia-noite viu-se então
que o teu príncipe dançando com candura
com tal brilho e tais foros de glória
mais não era que o bom do João Ratão
que viera já cozido de outra história…– Jorge Castroe, por fim, com os meus votos para que o ano de 2006 nos faça parecer longínquo rapidamente 2005 e nos prepare sorridentes, na face e na alma, para 2007, entretenham-se, também, com uma americanice simpática – que também as há – e que mão amiga me fez chegar: http://megafesta.sapo.pt/ws.html