Pois corria o dia 26 de Novembro, do ano da graça de 2005 (na verdade, uma graça do caraças). E logo correu, também o 27.

Um grupo de peregrinos convergiu de todo o país para Beja(-me mucho!), em ansiedades de corpos e almas, como se já não houvesse amanhã… ou como se hoje fosse uma pressa.

Beijaram-se, abraçaram-se. Comeram e folgaram. Perfumaram-se e defumaram-se. Cantaram e bailaram. Houve banhos quentes e outros gelados, de enrijar carnes e temperar espíritos. Houve, até, meros chape-chapes. Protestos, alguns, mas nada que a visão da empregada do Barrote não fizesse atenuar…

Houve um Coro de Cornudos e um São Pedro e muitos pêlos das pernas expostos. E houve bem dispostos. E os pêlos eriçaram-se, que o frio cortava. Mas os rostos coravam-se de gozo e folguedo.

E outro coração se abalava, por entre entremeadas de pata-negra, pela despudorada São. Talvez uma “Cabala”, vá lá saber-se…

E veio o bolo. Evocativo. Perturbante. Falocrático.

Discutiu-se. Políticas. Educações. Economias e outras perturbações sociais. Mas houve risos, escárnio e maldizer.

Carpiu-se a Mariana Alcoforado e vibrou-se até ao arrepio com as Novas Cartas Portuguesas (muito grato, minha cara Gisela Cañamero, que disse como quem vive!).

Foi feita, em descoberta mundial, a revelação semi-científica do fémur peniano. Contra refrigérios conventuais e outros mais.

Houve correntes. De afectos, penduradas à cintura, de palavras, em farândula pelo meio da rua… sempre com gente acorrentada por gosto, sem Sade-Masoch, nem nada.

Cantou-se, outra vez, e bailou-se. Senhora do Almortão. E os atletas iam cortando a meta, por entre o som roufenho do microfone. É entrar, senhorias!

E soavam sons na praça, que era da República e parecia quase do mundo inteiro, ao som de uma quase triquiticha.

E houve beliscões de alicate sem torrões de Alicante. E um cão descobriu uma vocação apaixonada, que sublimou num cachecol.

E a avozinha perturbava-se ao ver a banda passar e os vibradores pelo ar e o gel milagroso e as pilhas para todas as ocasiões, por entre uma fressura de comer e de chorar por mais, fugidio o bacalhau por entre a tomatada.

Mas havia alegria no ar, que o convívio congrega.

E era assim como que uma fraternidade. E houve, de novo, risos.

E amanhã há-de ser outro dia, mas estes ninguém no-los tira.

E os nomes para quê?