Um grupo de peregrinos convergiu de todo o país para Beja(-me mucho!), em ansiedades de corpos e almas, como se já não houvesse amanhã… ou como se hoje fosse uma pressa.
Beijaram-se, abraçaram-se. Comeram e folgaram. Perfumaram-se e defumaram-se. Cantaram e bailaram. Houve banhos quentes e outros gelados, de enrijar carnes e temperar espíritos. Houve, até, meros chape-chapes. Protestos, alguns, mas nada que a visão da empregada do Barrote não fizesse atenuar…
Houve um Coro de Cornudos e um São Pedro e muitos pêlos das pernas expostos. E houve bem dispostos. E os pêlos eriçaram-se, que o frio cortava. Mas os rostos coravam-se de gozo e folguedo.
E outro coração se abalava, por entre entremeadas de pata-negra, pela despudorada São. Talvez uma “Cabala”, vá lá saber-se…
E veio o bolo. Evocativo. Perturbante. Falocrático.
Discutiu-se. Políticas. Educações. Economias e outras perturbações sociais. Mas houve risos, escárnio e maldizer.
Carpiu-se a Mariana Alcoforado e vibrou-se até ao arrepio com as Novas Cartas Portuguesas (muito grato, minha cara Gisela Cañamero, que disse como quem vive!).
Foi feita, em descoberta mundial, a revelação semi-científica do fémur peniano. Contra refrigérios conventuais e outros mais.
Houve correntes. De afectos, penduradas à cintura, de palavras, em farândula pelo meio da rua… sempre com gente acorrentada por gosto, sem Sade-Masoch, nem nada.
Cantou-se, outra vez, e bailou-se. Senhora do Almortão. E os atletas iam cortando a meta, por entre o som roufenho do microfone. É entrar, senhorias!
E houve beliscões de alicate sem torrões de Alicante. E um cão descobriu uma vocação apaixonada, que sublimou num cachecol.
Mas havia alegria no ar, que o convívio congrega.
E era assim como que uma fraternidade. E houve, de novo, risos.
E amanhã há-de ser outro dia, mas estes ninguém no-los tira.
E os nomes para quê?