Ando, vai já para três dias, de cabeça no ar à procura de furacões e cheio de cautelas, não vá o diabo tecê-las e ser eu atingido por algum raio que me parta…

Mas não é que não diviso nem a mais leve sombra de qualquer resquício, por mais mísero que fora, de uma tempestadezinha? Não, senhor! Lá choveu um bocadito, o que, para quem já não vê chover vai para um ano, nem é nada que não faça falta.

Quem é que andará para aí a espalhar boatos de tempestades com este afinco? E para quê? Vai-se a ver, ainda acontece a rábula de Pedro e do lobo e algum dia que seja preciso avisar a sério o pessoal, ninguém acredita e vai tudo para a praia, a banhos e piqueniques.

A verdade é que, à falta de bombas, nada como a meteorologia para manter o pagode distraído. E aos diversos efes que já nos atormentavam, junta-se agora este novo: o dos FFFFuracões.

E, atenção! Se acreditarmos nestas tretas, num viver apavorado, ainda nos vai acontecer aquilo que preconizava o O’Neil: havemos de chegar todos a ratos.
Tanto medo a meter, tanto protagonismo a manter… Como diria uma boa amiga, tanta dor no meu pipi!
No insuspeito jornal metro, publicação diária de distribuição gratuita… – a propósito, esta publicação é gratuita como? – na sua edição de 11 de Outubro de 2005, traz várias pérolas sobre estas perturbações (?!) climatéricas. Permito-me realçar esta, com especial destaque para a legenda da foto (pág. 02), e com a devida vénia, que assim reza: “TRÂNSITO CIRCULOU de forma “normal”, dizem as autoridades”.

Já quanto ao “disparo” ocorrido nas chamadas aos bombeiros – cerca de 100 em três horas, o que deve ser recorde absoluto mundial – ele fica a dever-se ao “entupimento dos algerozes e infiltrações através de coberturas degradadas”, o que, realmente, ninguém poderia imaginar ser possível!…
Como corolário de tanta “desgraça”, com anunciados furacões, tempestades tropicais, ventos ciclónicos, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) não adiantou quaisquer medidas de segurança. Isto, apesar de se terem registado, em cerca de uma hora e meia, nas regiões de Évora e Beja, “duas dezenas de inundações e vários acidentes rodoviários”!…
Parece impossível!!! Cambada de inconscientes!!!

AH-AH-AH-AH-AH-AH-AH-AH-AH!!!!!!!!!!!!… (ainda arranjo uma hérnia com isto…)