(Caro Semog, desculpa-me lá outra vez, por estar, de novo, a desinquietar o teu antepassado!…)
Eu não sei que jeito tem isto, mas que há-de ter algum, lá isso há-de! O povão, povoléu, populaça, nas tintas para a partidarite, dá-lhe para apoiar os marginais.
Olaré! E alguma coisa hão-de ter feito, que isto o povo é quem mais ordena e tal…
Na verdade, entre electrodomésticos, parques infantis e rotundas, o certo é que os munícipes vêem alguma obra feita e… lá está: são ladrões? Deixá-lo, ora não estão a ladroar também para o bem do povão? Atão, venham eles! – É a síndrome do José do Telhado, sem tirar nem pôr!
E os maiores salafrários podem, assim, colher a simpatia das massas sem massa, criando uma massa crítica que faz tresvariar os nossos mais conceituados comentadores.
E a graça maior é que os partidos “grandes”, esse pilar torto da nossa Democracia, no seio dos quais estas abencerragens foram geradas, vêm agora dizer que está mal, não pode ser, fora do partido não está certo, cambada de gatunos, etc., como se nada tivessem com o caso, como se não tivessem estado, durante anos a fio, a chuchar das tetas deste tipo de porca política.
Portugal é um país giro… Por exemplo, alguém já confirmou, oficiosa ou oficialmente, a candidatura de Aníbal Cavaco à Presidência da República? Atão porque cargas, recargas e contracargas de água é que o homem há-de aparecer em tudo quanto é sondagens e não há-de aparecer lá, por exemplo, o meu nome, ou aqui o do Manel da mercearia, que até é estabelecido e tudo?…
É que hipotético por hipotético, todos somos iguais, à luz macilenta e bruxuleante da Constituição! Ou não?…
Enquanto se debruçam sobre esta questão patafísica, podem ir vendo o que se passa em
Pois. Já sei que estou a ser tendencioso, mas este, pelo menos, assumiu a candidatura, é poeta, não parece um manequim da Rua dos Fanqueiros e, apesar de já não ser um moçoilo, também ainda não tem a idade (nem a ratice ondulante) do Matusalém.