Há uma lei na Biologia, que aprendi com o Félix Rodriguez de la Fuente – há tanto tempo que já nem me lembro… – chamada a lei do menor esforço, a qual, sendo coisa muito séria e científica, quando chamada à colação, em Portugal, tende a ser levada à guisa de chalaça… Mas não é!

Não sendo eu, nem de perto, biólogo ou sequer mero aprendiz de feiticeiro na disciplina, julgo no entanto não proferir dislate bárbaro se enunciar essa lei, altamente respeitável, da seguinte forma: na Natureza tudo procura ou tende a alcançar um fim determinado (e determinante) com o menor dispêndio de energia possível.

No fundo, algo que nos é muito caro e de onde resulta tudo ficar, afinal, muito mais barato.

Entretanto, não passa dia sem que vejamos, na terra lusa, os nossos (des)governantes ou, até, meros pseudo-fabricantes de opinião a tornarem complexo até ao limite do absurdo os mais claros e elementares problemas de governação, criando então cornucópias de problemas irreversíveis e irremediáveis com a sua falta de destreza ou incapacidade de justo equilíbrio. Em resumo, passamos a vida a reinventar a roda e a discutir a quadratura do círculo, em redor do sexo dos anjos…

Veja-se esta recente bacorada com a greve dos professores, sem entrar em grandes minudências. Conseguiu-se, de uma assentada:

1. Revoltar ainda mais os já legitimamente revoltados professores, aumentando a adesão à greve; 2. Privar a imensa maioria dos alunos de uma semana inteira de aulas, apesar dos atrasos já verificados no início do ano lectivo com a célebre trapalhada das colocações, ainda por cima invocando o “superior interesse dos alunos”… (A propósito, então e as colocações de professores para o próximo ano, estarão esquecidas?);
3. Provar à saciedade que, no imbróglio da esgrima argumentativa, das duas, três: ou mente a senhora ministra, ou mentem os sindicatos, ou mentem ambos, sendo que nenhuma das opções tranquilizará o comum dos cidadãos;
4. Ouvir de um eminente representante dos pais – seja lá isso o que for… – dizer que os exames serão, para alunos e professores, “o culminar” de um ano lectivo inteiro, quando todos sabemos que os exames em questão só pesam 25% na nota final e que é suposto que o culminar de qualquer ano lectivo seja a apreensão de conhecimentos e a preparação para a vida… Pelos vistos, os representantes dos pais a que temos direito, não pensam assim, o que é uma pena.

Quando iniciei este “post” predispus-me a desenvolver um verdadeiro ensaio sobre a matéria. Mas, pensando bem, é melhor não, pois tudo isto é muito cansativo.

Porque é que a malta não faz uma excursão até à Suiça – este foi um exemplo que me ocorreu, assim de repente – estuda o(s) modelo(s) lá existente(s), paga os direitos inerentes e importa os processos? Já viram o trabalho e as canseiras que pouparíamos?

Perda de identidade? Nem pensem nisso! A malta vai até ali acima à Galiza e importa os conteúdos, submete-os à apreciação correctiva da Opus Dei, da Maçonaria, do Belmiro de Azevedo e da comunidade da Cova da Moura, que são as forças vivas da nação… e, depois, é só avançar no sentido de um Portugal europeu cumò caraças!…

Fiquem bem e não se fatiguem muito.