Amizades,

Muitos já me mandaram as mensagens mais calorosas. Outros estou certo de que estão à procura de tempo para o fazerem. Como em todos os anos, a boa gente que tenho o elevado prazer de contar no meu círculo de relações proporciona-me o gozo enorme de se lembrar de mim (e restante família) com mensagens que dariam pequenos tratados de afectos e outras sociologias…

De mim… dar-vos-ei um pouco de mim.

Que o nosso Natal seja isto mesmo: a marca temporal do eterno renascer, da constante renovação. E neste tempo “tão cheio de mudança” que nos fique, antes de mais e sempre remoçada, a esperança… (e cada um que complete a frase a seu bel-prazer).

Por graça, com leite-creme e rabanadas, depois do bacalhau cozido, o meu presente de Natal:

POEMINHO


Neste Natal

Afinal

Vou embrulhar o poema

Numa folha de jornal

Vou deixá-lo assim quentinho

Entre passas e azevinho

Regá-lo com um bom vinho

E chamar-lhe poeminho

Decerto que assim tratado

Ficará mais animado

Quem sabe?…

Mais redondinho

Só então o lançarei

Aos quatro ventos da sorte

Para que não perca o Norte

Nem se engane no caminho

Ao bater à tua porta

Recebe-o com carinho

De mim ele leva um abraço

E o papel de jornal

É só p’ra ficar quentinho

Porque afinal

É Natal

E ele é só um poeminho.

– Jorge Castro

Dezembro de 2004