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A quem é que pode interessar saber HOJE se o Paulo se coliga ou não com o Pedro, ou vice-versa, para as próximas eleições?
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E para quê?
Não, não se precipitem… Utilizem lá as vossas sagradas ligações dos neurónios… Já está? Óptimo. Então, outra vez: o que é que interessa saber HOJE que A está coligado ou vai coligar-se ou talvez não, talvez até pelo contrário, ao B?Afinal, para que porra (e vão desculpar-me o vernáculo, mas não há paciência…) é que servem os partidos? As suas bases programáticas? Os seus ideais? A sua “praxis”? Mas que raio de democracia é esta em que forças políticas se arregimentam, reféns umas das outras por negociatas parlamentares, apenas para se guindarem ao poder, a qualquer preço? Que raio de democracia é esta em que, à partida, as forças políticas em presença nem querem considerar a perspectiva de irem fazendo, ao longo de cada legislatura, com ou sem maioria absoluta, com maior ou menor habilidade e/ou honestidade políticas, os acordos pontuais que o bom senso e, até, os pactos de regime aconselhem, face ao estado deplorável em que o país se encontra?E isto vale para todos, que essa cena de pedir, também à partida, a maioria absoluta já por conta da “estabilidade” futura, não augura nada de bom e já se deu, noutras alturas, para peditórios do género…(Ai, ai… lembrei-me agora de um dito, a propósito, ouvido numa célebre reunião associativa em que, às tantas, um cidadão já farto de tretas e divisões dos palestrantes, se saiu com esta: “- Eh, pá, se vocês não querem unir-se, nem associar-se, nem cooperar, nem nada, ao menos que se federem, que é prà malta poder ir p’ra casa!…”)