A bem de salutar convívio democrático e de troca sempre arejada de ideias, reproduzo aqui um despique que se vem mantendo lá mais para baixo, a propósito de gestores e de porteiros.

Ao meu artigo/desabafo sobre porteiros e gestores, Rucinha diz:

“Ora eu gostava de saber uma coisa. Será que Orca se fica com o salário mínimo e destribui o resto por si pelo pessoal que no seu trabalho é contratado, por forma a que todos fiquem com o dito minimo e mais uns centimos que dão para a bica? Ou será que Orca é o dito porteiro?”

rucinha 11.21.04 – 12:04 am #

OrCa – algo agastado, confesso – returque:

Oh, Rucinha, filha, que coisa pobre de ser dita… (E, já agora, como te contacto, pureza, que vens a um lugar público e não te publicitas?).

Sabes, tenho uma má notícia para te dar: distribuo, sim, TUDO o que recebo – não que isso seja de teu cuidado, claro – mas distribuo, sim, o que é uma chatice para quem vem com demagogias baratas. E agora?…
Não queres, antes, comentar o artigo? Falar das suas verdades e das suas mentiras? Preferes tornear a “coisa” tentando descobrir-me telhados de vidro? Não venhas por esse caminho, que vais perder tempo.
Uma coisa te garanto: ao passares pelo meu local de trabalho, terás de te identificar como os demais, caso contrário, não entras. É assim que cumpre a sua função o porteiro que se preza.
Saudações cordiais.
OrCa Email Homepage 11.21.04 – 12:56 pm #

Rucinha não se fica e, muito legitimamente, esclarece e opina:

Ora bem, Senhor Porteiro, aqui tem minha identificação. Não sou menina, para tristeza sua ! Sou cavalheiro. Meu nome é Rudolph Ghills Cabacinha Bonnenfant, Nasci em Portugal, no Estoril, no dia 2 de Fevereiro de 1952, filho de pai Canadiano e de mãe portuguesa – Alentejana.

Sou um daqueles que você não gosta, ou seja, Licenciado, Mestre ( como se diz aí pelo país) e PHD – Professor Doctor em Filosofia e Letras. Além de leccionar por algumas Universidades do hemisfério Sul, também sou Gestor.
Uma das minhas, muitas, especialidades é em praticas cooperativas – algo que Portugal deixou cair, pese embora o sacrifício do vosso filósofo António Sérgio. Sim, em Portugal também há filósofos, e dos bons! Pena é que só cá fora sejam conhecidos e reconhecidos. Pois, segundo sei, raros são os portugueses que vão à livraria comprar obras de filósofos.
Preferem a filosofia empírica de sua cabeça em vez de se documentarem, primeiro, no muito que há para ler e aprender. Lendo todo o Weber, Nietzsche, Marx, Engels, Meschonic, Saint Simon, Touraine, Charles Taylor, Tajfel, Vienney, Wortman, R.W. Wite, etc.,- já para não falar no Cristo Histórico- decerto Orca teria entendido melhor meu comentário e não teria ficado tão aflito receando ter deste lado do mundo alguém procurando encontrar seu telhado de vidro!
Mas, todos temos! Faz parte da Condição Humana como já dizia Malraux e Hannah Arendt!
Um Abraço!