Ontem, dia 19 de Novembro, teve lugar, na Mealhada (Restaurante Simões dos Leitões), mais um saudável encontro de gente dos blogs, promovido pela São Rosas, d’ A Funda São, sob o signo da brejeirice. A culminar um opíparo repasto, a excelente Tuna Meliches (leia-se tu-na-me-liches), abrilhantou a sessão com soberbo e primoroso repertório brejeiro, de fazer chorar as pedrinhas da calçada…

Também por lá deixei o meu modesto contributo:

No II Encontro d’A Funda São

Aqui estamos uma vez mais reunidos

Alguns mecos que dão corpo ao manifesto

Talvez poucos, porventura, mas unidos

Que dos outros nem reza a História, de resto…

E embora sendo poucos, somos tantos

Quantos somos e que ninguém se apoquente

Que, afinal, nós seremos tantos quantos

Os que formos a vogar nesta corrente

Ao leitão, outra vez, à cabidela

Ao vinho branco e fresco, e ao marisco

E àqueles que não alcancem a gamela

Mandaremos, por email, ar do petisco

Esta é, companheiros, a Funda São

Que só dá subsídios p’rò remanso

E fundidos, refundados – porque não?…

Nós cá estamos, p’lo Simões, no afundanço

Celebremos, pois, amigos, a amizade

Neste mundo a um passo do caótico

Onde, por nosso grande mal, mas na verdade

“Nem tudo o que nos fode é erótico!”

Vai de erguer, com fervor a nossa taça

Ao deus Baco e também à deusa Vénus

À Afrodite, a Marte e à populaça…

Nem tem jeito que o brinde seja por menos!

Pois se é certo que esta vida são dois dias

E que até um se perdeu já neste enredo

Deixemo-nos de merdas e agonias

E bebamos desta vida sem ter medo!



– Jorge Castro (OrCa)

19 de Novembro de 2004