Traz-me
Oh homem viajante
Do redondo mundo
Hiante
Enorme
Azul
Sem cabeça
Algo melhor que a fome
E que apeteça
Talvez água
Talvez pão
Ou só um sonho
E mais não
Não preciso que me tragas
Nem gritos de armas
Nem sangue
Nem pavor de um ódio exangue
Vestido de ideal
Com capa de religião
Que nada disso dá pão
Traz a mão cheia de terra
E do saber que ela encerra
Mas se encontrares uma estrela
Tenta não te perder dela
E quando tu me encontrares
Abre tu essa janela
De par em par
E por ela
Deixa a sua luz entrar.
– Jorge Castro