Morreu-nos o Super-Homem
E não foi de kriptonite ou de algum vírus astral
Foi da queda de um cavalo
Num intervalo da luta contra o crime organizado
E outras forças do mal
Morreu e vai a enterrar
E fica o mundo mais frágil sem saber quem o proteja
Que já não há Super-Homem
O homem de aço a voar
Nos quadradinhos que lemos ao domingo num jornal
Hoje foi o Super-Homem
E amanhã quem será?
Talvez o Robin dos Bosques sem bosques para se ocultar
O nosso Zé do Telhado sem telhas para se abrigar
O Zorro desmascarado
Ou aquele Homem-Morcego já sem asas para voar
Voemos pois sem tardança
A construir mais heróis que o dia é uma criança
Mas a noite já lá vem e o medo não descansa…
Paremos por um momento
A retemperar o fôlego
Recobrando um novo alento…
Importará mais talvez ouvir com olhos de ver
E descobrir que a voz
Que os céus cruza sem temor
Afinal… somos só nós.