Ontem, dia 11 de Outubro de 2004, faleceu o actor Christopher Reeves, conhecido por ter encarnado a personagem da BD, o Super-Homem. Há vários anos lutava contra as consequências do grave acidente que o vitimou, quando montava a cavalo. E revelou-se, nessa luta pela vida, um Super-Homem que talvez ninguém adivinhasse.

Morreu-nos o Super-Homem

E não foi de kriptonite ou de algum vírus astral

Foi da queda de um cavalo

Num intervalo da luta contra o crime organizado

E outras forças do mal

Morreu e vai a enterrar

E fica o mundo mais frágil sem saber quem o proteja

Que já não há Super-Homem

O homem de aço a voar

Nos quadradinhos que lemos ao domingo num jornal

Hoje foi o Super-Homem

E amanhã quem será?

Talvez o Robin dos Bosques sem bosques para se ocultar

O nosso Zé do Telhado sem telhas para se abrigar

O Zorro desmascarado

Ou aquele Homem-Morcego já sem asas para voar

Voemos pois sem tardança

A construir mais heróis que o dia é uma criança

Mas a noite já lá vem e o medo não descansa…

Paremos por um momento

A retemperar o fôlego

Recobrando um novo alento…

Importará mais talvez ouvir com olhos de ver

E descobrir que a voz

Que os céus cruza sem temor

Afinal… somos só nós.